'O que importa saber o que eu acho?', diz Renan sobre prisão de Cunha
- infodiario
- 19 de out. de 2016
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Indagado sobre a prisão preventiva do ex-presidente da Câmara e ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), nesta quarta-feira (19), o presidente do Congresso Nacional, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), respondeu: "O que importa saber o que eu acho?". Cunha foi preso pela Polícia Federal na tarde desta quarta, em Brasília, após decisão do juiz federal Sérgio Moro, sob a acusação de envolvimento no esquema de corrupção que atuou na Petrobras e é investigado pela Operação Lava Jato.
Em seguida, o peemedebista foi levado por policiais ao aeroporto da capital federal, onde embarcou para Curitiba (PR), cidade onde tramitam os processos da Lava Jato em primeira instância.
PRISÃO DE CUNHA
Ex-deputado é acusado de corrupção
Após a prisão, os advogados do peemedebista divulgaram uma nota à imprensa na qual classificaram a prisão é "absurda" e "sem nenhuma motivação". Embora integrantes do mesmo partido, Renan e Cunha colecionaram ao longo dos últimos anos uma série de troca de farpas em declarações públicas. No mês passado, após o plenário da Câmara cassar o mandato de Cunha, por exemplo, o presidente do Senado declarou que "quem planta vento, colhe tempestade". Em resposta à declaração de Renan, Cunha ironizou a avaliação do senador e afirmou esperar que os "ventos" que chegam até Renan, também investigado na Lava Jato, "não se transformem em tempestade". Nesta quarta, em meio à repercussão política em torno da prisão de Eduardo Cunha, o presidente nacional do PMDB, senador Romero Jucá (RR), um dos principais aliados do presidente da República Michel Temer, disse somente que o partido vai "aguardar". "O PMDB não vai tomar nenhuma posição antes de qualquer decisão judicial. Portanto, nós vamos aguardar", limitou-se a dizer o senador, que atua como um dos principais articuladores do governo na Casa.
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O pedido para prender Cunha
No pedido de prisão de Cunha, encaminhado a Moro, o Ministério Público Federal (MPF) afirma que o ex-deputado, que teve o mandato cassado em setembro, tem patrimônio oculto de cerca de US$ 13 milhões que podem estar em contas no exterior. Os procuradores também dizem no documento que Eduardo Cunha tem dupla cidadania (brasileira e italiana), e que os dois fatos – dinheiro no exterior e dupla nacionalidade – são "fundamentos mais que suficientes para a decretação da prisão preventiva". O pedido de prisão de Cunha foi feito dentro de ação penal aberta no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o peemedebista e que foi remetida para primeira instância depois que ele foi cassado pela Câmara. O Ministério Público suspeita que o deputado cassado cometeu os crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas por conta do suposto recebimento de propina decorrente de negociação de um campo de petróleo no Benin e o repasse de dinheiro entre contas no exterior para tentar ocultar a origem do dinheiro. O dinheiro no exterior foi usado para adquirir itens de luxo, segundo as investigações. O MPF também cita que, enquanto deputado, ele usou o cargo para tentar atrapalhar as investigações da Lava Jato contra ele.
Fonte: G1
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