Com larga margem de votos, Wilson Witzel (PSC) é eleito governador do Rio
- infodiario
- 28 de out. de 2018
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RIO - O ex-juiz federal Wilson Witzel (PSC) foi eleito governador do Rio de Janeiro neste domingo. O candidato venceu o adversário,Eduardo Paes (DEM), no segundo turno.
Com 98,2% das urnas apuradas, o novato na política obteve 59,75% frente a 40,25% do rival, com cerca de 1,5 milhão de votos à frente.
Favorecido pela "onda bolsonarista", após o apoio do senador eleito Flávio Bolsonaro (PSC), o estreante liderou toda a corrida no segundo turno, sem efeito da aparente reação do adversário na reta final.
Witzel surpreendeu adversários e analistas políticos ao liderar o primeiro turno com 41,28%, frente a 19,56% do rival, que até então despontava na dianteira de sondagens para o Palácio Guanabara. O ex-juiz recebeu mais de 3,1 milhões de votos - o dobro de Paes, escolhido por 1,4 milhão em 7 de outubro.
Na manhã deste domingo, o candidato Wilson Witzelfoi votar com três filhos e a mulher, Helena Witzel, ao Ginásio Hugo Padula, no Grajaú Country Club, na Zona Norte da capital. Em breve entrevista, o ex-juiz federal lembrou do "sacrifício" da carreira de magistratura para resgatar "a moralidade e a esperança" na política. Ele minimizou o resultado das pesquisas da última semana e reiterou que gostaria de comandar o Rio com Jair Bolsonaro (PSL) na Presidência. O acirramento da disputa pelo governo do Rio levou Witzel e Paes a pedirem ajuda aos céus . Depois de votar, Witzel foi à Igreja de São Judas Tadeu, no Cosme Velho, padroeiro das causas impossíveis e também do Flamengo.
Em 2001, quando Witzel ingressou na magistratura, assumiu a 8ª Vara Federal Criminal do Rio como juiz federal substituto. Colegas da magistratura o classificam como um juiz de carreira discreta e atitudes controversas, como a de exigir que as pessoas ficassem de pé quando entrava na sala de audiências. Ao responder sobre como resumiria sua passagem pelo Judiciário, o candidato disse que se considerava um "juiz justo". No início deste ano, Witzel deixou a toga para se lançar ao governo do Rio.
Em 2017, quando o ex-juiz federal Wilson Witzel, de 50 anos, nem sequer tinha a candidatura formalizada para concorrer ao cargo de governador do Rio, a planta do Palácio Laranjeiras, residência oficial do governo, já ocupava a mesa de seu apartamento no Grajaú, na Zona Norte. Marcados com uma caneta, estavam os quartos que Witzel escolheu para os três filhos menores, Vicenzo, Beatriz e Bárbara, do atual casamento.
Parentes não estranharam a atitude, pois a determinação é uma característica que Witzel carrega desde a infância em Jundiaí, cidade paulista onde nasceu e viveu até os 19 anos. No entanto, ao tirar o sonho do papel, chegou a ser visto como excêntrico e megalomaníaco pela política tradicional fluminense.
Antes de se candidatar, em 2015, o ex-juiz procurou o ex-governador Sérgio Cabral, condenado por corrupção e lavagem de dinheiro, em seu escritório no Leblon para ajudar a ingressá-lo neste mundo, contou uma fonte ao GLOBO. Cabral o colocou em contato com o ex-presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) Jorge Picciani. Quando Witzel deixou o local, o ex-governador comentou com os presentes na sala:
— Este cara é maluco.
Em fevereiro deste ano, mais um episódio. Um mês antes de pedir a exoneração da Justiça Federal para candidatar-se pelo PSC, o desconhecido Witzel esteve com o governador Luiz Fernando Pezão (MDB), num encontro no Palácio Guanabara. Na ocasião, Witzel, que pediu a reunião, disse que tinha a convicção de ser eleito.
Esta certeza, segundo ele, vinha de pesquisas encomendadas que apontavam a preferência do eleitor para o perfil de um candidato como ele, um ‘outsider’. Surpreso, Pezão brincou e disse que sonhava, na próxima encarnação, nascer juiz:
—E o senhor quer justamente virar político? — ironizou o governador.
Fonte: O Globo
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