Mercado financeiro reage com euforia à vitória de Bolsonaro; dólar cai a R$ 3,58
- infodiario
- 29 de out. de 2018
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Fundos brasileiros listados no exterior saltam quase 7%
RIO - O mercado financeiro reage com euforia, nesta segunda-feira, à vitória de Jair Bolsonaro (PSL) nas eleições presidenciais de domingo. O dólar comercial recua 1,88% contra o real, cotado a R$ 3,586 para venda, enquanto ativos ligados ao Brasil no exterior sobem com força. Os investidores antecipam avanços na agenda de reformas de impacto fiscal no próximo governo e acreditam que a derrota do candidato do PT, Fernando Haddad, afasta a possibilidade de implementação de políticas contrárias aos interesses do mercado financeiro.
A Bolsa brasileira ainda não abriu, mas o índice futuro - contrato que antecipa o movimento do Ibovespa, referência do mercado local - avança 3,4%, para 89.300 pontos. Lá fora, os ETFs (fundos de índices) do Brasil listados na Europa saltam. O índice MSCI Brazil listado na Alemanha avança 6,4%, enquanto o iShares MSCI Brazil listado em Londres sobe 6,8% após a vitória de Bolsonaro. Já as ações da Latin American Investment Trust, da Blackrock, sobem 6,9%.
Os recibos de ações de companhias brasileiras têm comportamento semelhante. Na Bolsa de FRankfurt, os papéis da Petrobras sobem 11%, os da Gol têm alta de 9,2%, e os do Banco Do Brasil, de 5,3%.
Já o risco-país associado ao Brasil e medido pelo CDS ( credit default swap , espécie de seguro contra calote do país) cai de 207 para 200 pontos. É o menor nível desde maio.
Paulo Guedes faz acenos ao mercado financeiro
Parte importante da animação dos agentes do mercado financeiro com um governo Bolsonaro se deve à figura de Paulo Guedes, já anunciado como futuro ministro da Fazenda. Doutor pela Universidade de Chicago, berço de uma tradição econômica neoliberal, Guedes parece ter conseguido convencer Bolsonaro da necessidade de implementação de reformas de impacto fiscal, sobretudo a da Previdência, e de privatizações.
Depois da vitória, Guedes - que havia se mantido taticamente calado após ruídos durante à campanha, como sua defesa da criação de imposto semelhante à CPMF - voltou a fazer acenos que vão ao encontro do interesse dos investidores. Como informou o colunista do GLOBO Lauro Jardim , Guedes já combinou com o presidente eleito que uma de suas prioridades é o projeto que torna o Banco Central (BC) independente. Guedes também quer que Ilan Goldfajn permaneça no comando do BC.
Em entrevista no domingo, Guedes afirmou que o Mercosul não será prioridade no novo governo e prometeu fazer comércio com todo o mundo. Segundo ele, o Brasil ficou “prisioneiro de alianças ideológicas” que é ruim para a economia.
Fonte: O Globo
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