Itaperuna: Bebê nasce com microcefalia no Hospital São José do Havaí.
- infodiario
- 18 de dez. de 2015
- 11 min de leitura
Análise de material colhido da mãe e do bebê dirá se há ligação com com o Zika Virus

A Secretaria de saúde de Itaperuna comunicou que nasceu ontem no Hospital São José do Havaí um bebê com microcefalia.
Segundo Gesiney Botelho, coordenador do NICES (Núcleo de informação e Comunicação em Saúde), a mãe é uma jovem que já vinha sendo acompanhada pela rede municipal de saúde, mas que não havia apresentado sintomas do Zika durante a gestação.
De acordo com o coordenador, o pré-natal ocorreu sem intercorrências e a lesão neurológica foi confirmada após o nascimento, devido às medidas da circunferência do crânio do bebê, com menos de 32 centímetros de diâmetro.
Apesar das fortes suspeitas, a lligação da lesão neurológica com o Zika ainda não foi confirmada. Amostras colhidas da mãe e do bebê seguiram para análise, e caso se confirme a presença do Zika, este poderá ser o primeiro caso de microcefalia diretamente assossiada ao vírus.
Segundo dados da Secretaria, em 2015, a cidade registrou cerca de 2,7 mil casos de dengue e cerca de 100 casos suspeitos de Zika vírus, mas nenhum em gestantes.
O Portal Itaclick já vem denunciando a presença do Zika Virus em itaperuna e alertando para as sequelas causadas pela doença já há algum tempo.
RELEMBRE:
Zika Virus já chegou em Itaperuna.
16/12/2015
Por Fred Boechat
O Zika, doença que causa graves lesões neurológicas (microcefalia) em crianças com até 3 meses de gestação e é transmitido pelo mosquito Aedes Aegypit já chegou em Itaperuna.
Nosso repórter Fred Boechat conversou com Gesiney Botelho, do NICES - Núcleo de Informação e Comunicação em Saúde atrás de maiores informações a respeito do vírus, enfatizou a seriedade das sequelas causadas pela doença e cobrou das autoridades maior seriedade no combate à proliferação do mosquito.
Zika Virus pode causar microcefalia. Saiba mais sobre a doença que já chegou em Itaperuna.

Muito tem se falado sobre o Zika Virus e as complicações decorrentes de sua infecção. Duas sérias lesões neurológicas já foram associadas à doença: a Síndrome de Guillian-Barré (SGB), que causa paralisia progressiva e degeneração dos nervos, e a mais grave delas, a microcefalia, onde há uma mal-formação congênita do cérebro do feto na gravidez. Saiba mais sobre essa doença gravíssima e como fazer para se precaver da picada do mosquito.
- O que é a microcefalia?
A microcefalia não é um agravo novo. Trata-se de uma malformação congênita, em que o cérebro não se desenvolve de maneira adequada. Neste caso, os bebês nascem com perímetro cefálico (PC) menor que o normal, que habitualmente é superior a 32 cm.

- Quais as causas desta condição?
Essa malformação congênita pode ser efeito de uma série de fatores de diferentes origens, como substâncias químicas e agentes biológicos (infecciosos), como bactérias, vírus e radiação.

- O que é o vírus Zika?
O vírus Zika é um arbovírus (grande família de vírus), transmitido pela picada do mesmo vetor da dengue, o Aedes aegypti.

- Já há confirmação que o aumento de casos de microcefalia no Brasil é causado pelo vírus Zika?
O Ministério da Saúde confirmou no sábado (28/11) a relação entre o vírus Zika e o surto de microcefalia na região Nordeste. O Instituto Evandro Chagas, órgão do ministério em Belém (PA), encaminhou o resultado de exames realizados em um bebê, nascida no Ceará, com microcefalia e outras malformações congênitas.
Em amostras de sangue e tecidos, foi identificada a presença do vírus Zika.
A partir desse achado do bebê que veio à óbito, o Ministério da Saúde considera confirmada a relação entre o vírus e a ocorrência de microcefalia. Essa é uma situação inédita na pesquisa científica mundial.
As investigações sobre o tema devem continuar para esclarecer questões como a transmissão desse agente, a sua atuação no organismo humano, a infecção do feto e período de maior vulnerabilidade para a gestante. Em análise inicial, o risco está associado aos primeiros três meses de gravidez.
O achado reforça o chamado para uma mobilização nacional para conter o mosquito transmissor, o Aedes aegypti, responsável pela disseminação doença.
- A microcefalia pode levar a óbito ou deixar sequelas?
Cerca de 90% das microcefalias estão associadas com retardo mental, exceto nas de origem familiar, que podem ter o desenvolvimento cognitivo normal. O tipo e o nível de gravidade da sequela vão variar caso a caso. Tratamentos realizados desde os primeiros anos melhoram o desenvolvimento e a qualidade de vida.
- Como é feito o diagnóstico?
Após o nascimento do recém-nascido, o primeiro exame físico é rotina nos berçários e deve ser feito em até 24 horas do nascimento. Este período é um dos principais momentos para se realizar busca ativa de possíveis anomalias congênitas. Por isso, é importante que os profissionais de saúde fiquem sensíveis para notificar os casos de microcefalia no registro da doença no Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (Sinasc).
- É possível detectar a microcefalia no pré-natal? Apenas a ultrassonografia é suficiente?
Sim. No entanto, somente o médico que está acompanhando a grávida poderá indicar o método de imagem mais adequado.
- Qual o tratamento para a microcefalia?
Não há tratamento específico para a microcefalia. Existem ações de suporte que podem auxiliar no desenvolvimento do bebê e da criança, e este acompanhamento é preconizado pelo Sistema Único da Saúde (SUS). Como cada criança desenvolve complicações diferentes - entre elas respiratórias, neurológicas e motoras – o acompanhamento por diferentes especialistas vai depender de suas funções que ficarem comprometidas.
Estão disponíveis serviços de atenção básica, serviços especializados de reabilitação, os serviços de exame e diagnóstico e serviços hospitalares, além de órteses e próteses aos casos em que se aplicar. Com aumento de casos que ocorre neste momento, o Ministério da Saúde, decidiu elaborar, em parceria com as secretarias municipais e estaduais de saúde, um protocolo de atendimento voltado a essas crianças. Este protocolo vai servir como base de orientação aos gestores locais para que possam identificar e estabelecer os serviços de saúde de referência no tratamento dos pacientes, além de determinar o fluxo desse atendimento.
Há um tipo de microcefalia, a Sinostose craniana, que não é a que está tendo aumento do número de casos, por não ser de causa infecciosa, que pode ser corrigida por meio de cirurgia. Neste caso, geralmente, as crianças precisam de acompanhamento após o primeiro ano de vida.

- Quais estados estão apontando crescimento de casos de microcefalia acima da média?
Até o dia 28 de novembro, foram notificados à Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério da Saúde 1.248 casos suspeitos de microcefalia, identificados em 311 municípios de 14 estados do Brasil. O estado de Pernambuco mantem-se com o maior número de casos (646), sendo o primeiro a identificar aumento de microcefalia em sua região e que conta com o acompanhamento de equipe do Ministério da Saúde desde o dia 22 de outubro. Em seguida, estão os estados de Paraíba (248), Rio Grande do Norte (79), Sergipe (77), Alagoas (59), Bahia (37), Piauí (36), Ceará (25), Maranhão (12), Rio de Janeiro (12), Tocantins (12), Goiás (02), Distrito Federal (1) e Mato Grosso do Sul (1).
- Há registro de ‘surtos’ de microcefalia em outros países?
O Zika é considerado endêmico no Leste e Oeste do continente Africano. Evidências sorológicas em humanos sugerem que a partir do ano de 1966 o vírus tenha se disseminado para o continente asiático. Atualmente há registro de circulação esporádica na África (Nigéria, Tanzânia, Egito, África Central, Serra Leoa, Gabão, Senegal, Costa do Marfim, Camarões, Etiópia, Quénia, Somália e Burkina Faso) e Ásia (Malásia, Índia, Paquistão, Filipinas, Tailândia, Vietnã, Camboja, Índia, Indonésia) e Oceania (Micronésia, Polinésia Francesa, Nova Caledônia/França e Ilhas Cook).
Casos importados de Zika vírus foram descritos no Canadá, Alemanha, Itália, Japão, Estados Unidos e Austrália. O Brasil está entre os países que apresentaram circulação autóctone (natural do lugar em que se encontra) em 2015, juntamente com outros países da América do Sul (Paraguai, Colômbia e Suriname) e Central (Guatemala).
- Quais exames estão sendo realizados nas crianças e nas gestantes dos estados que já notificaram o Ministério da Saúde?
A partir dos casos identificados em Pernambuco, estão sendo realizadas investigações epidemiológicas de campo, tais como: revisão de prontuários e outros registros de atendimento médico da gestante e do recém-nascido.
Também estão sendo feitas entrevistas com as mães por meio de questionário. Os casos seguem para investigação laboratorial e exames de imagem como a tomografia computadorizada de crânio.
- Qual período da gestação é mais suscetível à ação do vírus?
Pelo relatado dos casos até o momento, as gestantes cujos bebês desenvolveram a microcefalia tiveram sintomas do vírus Zika no primeiro trimestre da gravidez. Mas o cuidado para não entrar em contato com o mosquito Aedes aegypti é para todo o período da gestação.
- Neste momento, qual é a recomendação do Ministério da Saúde para as gestantes?
Neste momento, o Ministério da Saúde reforça às gestantes que não usem medicamentos não prescritos pelos profissionais de saúde e que façam um pré-natal qualificado e todos os exames previstos nesta fase, além de relatarem aos profissionais de saúde qualquer alteração que perceberem durante a gestação. Também é importante que elas reforcem as medidas de prevenção ao mosquito Aedes aegypti, com o uso de repelentes indicados para o período de gestação, uso de roupas de manga comprida e todas as outras medidas para evitar o contato com mosquitos, além de evitar o acúmulo de água parada em casa ou no trabalho.
Independente do destino ou motivo, toda grávida deve consultar o seu médico antes de viajar.
- Neste momento, qual é a recomendação do Ministério da Saúde para gestores e profissionais de saúde?
É importante que os profissionais de saúde estejam atentos à avaliação cuidadosa do perímetro cerebral e à idade gestacional, assim como à notificação de casos suspeitos de microcefalia no registro de nascimento no Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC). Por ser uma fonte de contato direto com a população, os profissionais também devem reforçar o alerta sobre os cuidados para evitar a proliferação do mosquito da dengue, e orientar as gestantes sobre as medidas individuais de proteção contra o Aedes aegypti. Além da notificação noSinasc, o Ministério da Saúde enviou orientação para que seja feito o registro em uma ficha específica, adotada de maneira excepcional, que trás mais detalhes dos casos que serão investigados.
Secretaria de Saúde de Itaperuna realiza palestras em bairros sobre o zika vírus
Itaperuna, RJ - A Secretaria Municipal de Saúde tem realizado uma série de palestras em bairros e distritos sobre o zika vírus. Nesta semana, os bairros Vinhosa e São Mateus tem sido alvo das ações. As equipes da Vigilância Epidemiológica, Coordenação de Vigilância Ambiental em Saúde (CVAS), Núcleo de Informação, Comunicação e Educação em Saúde (NICES) e Estratégia de Saúde da Família (ESF) somam forças nesta empreitada.
Há algumas semanas, o Ministério da Saúde do Brasil vem alertando a população quanto ao aumento de casos de zika vírus confirmados no País. Segundo o Ministério da Saúde, no Rio de Janeiro, o vírus foi confirmado pela primeira vez em maio deste ano, daí em diante, os casos tem se propagado com intensa rapidez.
A Secretaria de Estado de Saúde (SES) confirmou que em Itaperuna existem suspeitas de casos relacionados ao zika vírus. Segundo informações da CVAS, no Bairro Vinhosa foi detectado em torno de 30 pessoas com sinais e sintomas de zika vírus.
Diante desse cenário, a Secretaria Municipal de Saúde solicitou maior intensificação nas ações de prevenção e controle do mosquito Aedes aegipty, transmissor da dengue, da febre chikungunya e zika vírus. Na última quarta-feira, 16, os técnicos estiveram no Bairro São Mateus a fim de fortalecer o Plano de Enfrentamento contra o zika vírus em Itaperuna.
O secretário Municipal de Saúde, Marcelo Poeys, disse que no momento é preciso fortalecer e intensificar as ações. “Estamos nos mobilizando e nos empenhando ao máximo, para informar aos cidadãos e especialmente as gestantes, sobre o que está ocorrendo e como a população deve agir. Devemos nos mobilizar e fortalecer o plano de enfrentamento contra o zika vírus em Itaperuna. Neste momento, essa iniciativa é fundamental”, comenta o secretário.
Heron Macedo, coordenador do CVAS, informou que as medidas nas área de controle e enfrentamento ao corte de transmissibilidade do vírus já estão sendo tomadas. “Houve uma reunião entre a Coordenação Geral do Estado do Rio de Janeiro envolvida nas ações estaduais, com os coordenadores regionais. Estive presente na reunião estadual de controle de vetores, onde foi considerada a atual situação da circulação da dengue, chikungunya e zika vírus no Brasil e no Estado do Rio de Janeiro”, diz.
Naquela oportunidade aconteceu o lançamento da campanha “Dez minutos salvam vidas”. Os coordenadores do Estado pediram aos municípios combate em massa para o controle da doença. “Estamos realizando bloqueio nas áreas consideradas infestadas, com implementação dos recursos necessários, com o carro fumacê e as bombas costais. É preciso que a população limpe seus terrenos e tampe suas caixas d’agua. Os cuidados devem ser os mesmos tomados contra a dengue”, complementa Heron.
Orientações no Bairro São Mateus
A equipe do NICES promoveu reunião com a presença de médico, dentista, enfermeiro, técnicos de enfermagem, agentes comunitários de saúde, assistente social, gestantes e a população em geral, na ESF da localidade do São Mateus. Cerca de 50 pessoas participaram do encontro.
A assistente social Camila Souza V. Coelho, em sua explanação junto aos moradores, deixou claro o quanto é necessário levar ao conhecimento de todos a atual situação. “O município não está medindo esforços para reverter o quadro epidemiológico do município. Porém, medidas de mudanças de comportamento e conscientização por parte da comunidade devem ser instituídas. Sabemos que o mosquito que transmite a dengue é o mesmo que transmite o zika, então, vamos reforçar a vigilância quanto a esta prevenção”, comenta.
Gesiney Botelho, coordenador do NICES, falou sobre a responsabilidade da Secretaria em mobilizar e alertar a todos sobre a incidência do zika. “Temos a responsabilidade de ser multiplicadores da informação. Todos nós somos formadores de opinião e agentes disseminadores de informação, por isso, precisamos por em prática esta condição. Só há uma forma para minimizarmos o impacto da doença e infestação do mosquito, nos unindo por esta causa”, reforça Gesiney.
Microcefalia
O Ministério da Saúde e a Secretaria de Estado de Saúde emitiram notas técnicas e informes epidemiológicos confirmando a relação entre o zika vírus e a microcefalia. A Secretaria Municipal de Saúde designou que a informação seja divulgada às gestantes do município, informando-as sobre os cuidados durante a gravidez.
Saiba mais
ZIKA VÍRUS - De acordo com informações do Ministério da Saúde, o zika vírus é uma doença viral aguda, transmitida principalmente por mosquitos, tais como Aedes aegypti, caracterizada por febre intermitente, hiperemia conjuntival não purulenta e sem prurido, artralgia, mialgia e dor de cabeça. Apresenta evolução benigna e os sintomas geralmente desaparecem espontaneamente após 3 a 7 dias.
MICROCEFALIA - A microcefalia não é um agravo novo. Trata-se de uma malformação congênita, em que o cérebro não se desenvolve de maneira adequada. Neste caso, os bebês nascem com perímetro cefálico menor que o normal, que habitualmente é superior a 32 cm.
CAUSAS DESTA CONDIÇÃO - Essa malformação congênita pode ser efeito de uma série de fatores de diferentes origens, como substâncias químicas e agentes biológicos (infecciosos), como bactérias, vírus e radiação.
O Ministério da Saúde confirmou que há a relação entre o vírus zika e o surto de microcefalia na região Nordeste. O Instituto Evandro Chagas, órgão do ministério em Belém (PA), encaminhou o resultado de exames realizados em um bebê, nascida no Ceará, com microcefalia e outras malformações congênitas. Em amostras de sangue e tecidos foi identificada a presença do vírus zika.
A partir desse achado do bebê que veio a óbito, o Ministério da Saúde considera confirmada a relação entre o vírus e a ocorrência de microcefalia. Essa é uma situação inédita na pesquisa científica mundial. As investigações sobre o tema devem continuar para esclarecer questões como a transmissão desse agente, a sua atuação no organismo humano, a infecção do feto e período de maior vulnerabilidade para a gestante. Em análise inicial, o risco está associado aos primeiros três meses de gravidez.
É POSSÍVEL DETECTAR A MICROCEFALIA NO PRÉ-NATAL?
Apenas a ultrassonografia é suficiente. No entanto, somente o médico poderá indicar o método de imagem mais adequado.
RECOMENDAÇÃO DO MINISTÉRIO DA SAÚDE PARA AS GESTANTES -
O Ministério da Saúde reforça às gestantes que não usem medicamentos não prescritos pelos profissionais de saúde e que façam um pré-natal qualificado e todos os exames previstos nesta fase, além de relatarem aos profissionais de saúde qualquer alteração que perceberem durante a gestação. Também é importante que elas reforcem as medidas de prevenção ao mosquito Aedes aegypti, com o uso de repelentes indicados para o período de gestação, uso de roupas de manga comprida e todas as outras medidas para evitar o contato com mosquitos, além de evitar o acúmulo de água parada em casa ou no trabalho. Independente do destino ou motivo, toda grávida deve consultar o seu médico antes de viajar.
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